O presidente Jair Bolsonaro iniciou, no Kremlin, o encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ponto alto da viagem oficial ao país. Nos cumprimentos iniciais, o chefe do Executivo brasileiro destacou ao russo que é solidário ao país e que deseja colaborar nas áreas de defesa, petróleo, gás e agricultura.
A afirmação sobre solidariedade vem em meio às tensões entre a Rússia e a Ucrânia. O presidente, no entanto, não citou diretamente o tema.
— Somos solidários à Rússia e queremos muito colaborar em várias áreas, defesa, petróleo e gás, agricultura. As reuniões estão acontecendo — disse o chefe do Executivo brasileiro a Putin, na manhã desta quarta-feira (16) pelo horário de Brasília, com a ajuda de um intérprete.
Bolsonaro ainda agradeceu a Putin pelo convite para a visita oficial a Moscou.
— Estou muito feliz e honrado com seu convite. Nossa passagem por aqui é retrato para o mundo de que podemos crescer muito em nossas relações bilaterais — seguiu.
Na sequência, Bolsonaro agradeceu o apoio do Kremlin ao caso de um brasileiro preso na Rússia.
— Estamos à disposição e tenho certeza de que esse encontro será muito produtivo para nossos povos — finalizou, antes de seguir para a parte reservada da agenda.
Já Putin manifestou a Bolsonaro alegria em recebê-lo, comemorou a manutenção do comércio bilateral entre os países durante as restrições da pandemia e disse esperar que o encontro seja produtivo.
— Brasil é nosso principal parceiro na América Latina — destacou o líder russo, que também mantém boas relações com a Argentina.
Encontro
A pauta central da reunião entre os dois será a crise dos fertilizantes, mas Bolsonaro também considera falar de cibersegurança, como mostrou a reportagem do Estadão/Broadcast. A crise envolvendo a Ucrânia vai ser outra pauta da reunião, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, apesar da orientação do Itamaraty para que o presidente evitasse o tema.
Para participar da reunião, Bolsonaro teve de se submeter a um teste de covid-19 do tipo RT-PCR nesta manhã em seu hotel em Moscou. Além disso, o encontro bilateral terá a presença apenas dos dois presidentes e de intérpretes. As medidas obedecem protocolos sanitárias rígidos do Kremlin em função da pandemia.
Dois integrantes do Itamaraty ouvidos reservadamente pela reportagem relatam certo temor de um encontro de Bolsonaro e Putin sem a presença de diplomatas.
Antes de se encontrar com Putin, Bolsonaro participou de uma cerimônia em homenagem a soldados do exército russo mortos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), época em que a Rússia era a comunista União Soviética. Esse foi o primeiro compromisso oficial do presidente na visita oficial.