Um dia depois de o governo anunciar novas medidas nas fronteiras brasileiras para conter a variante Ômicron do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro reiterou na manhã desta quarta-feira (8) que não pretende exigir passaporte vacinal para viajantes que desembarcarem no Brasil.
— Jamais vou exigir passaporte da vacina de vocês. Imaginem se tivesse o Haddad no meu lugar — declarou o chefe do Executivo a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, referindo-se ao adversário do PT na última disputa presidencial.
Os ministros Marcelo Queiroga, da Saúde, Ciro Nogueira, da Casa Civil, e Bruno Bianco, da Advocacia-Geral da União, informaram, na terça-feira, um novo protocolo para entrada no país, que deve ser formalizado em portaria a ser publicada ainda nesta quarta-feira.
Pelas novas regras, quem não se imunizou contra a covid-19 deverá fazer quarentena de cinco dias e só deixará isolamento após um teste RT-PCR negativo. Quem se vacinou está dispensado do isolamento. Todos os viajantes, porém, devem apresentar um RT-PCR negativo feito 72 horas ou teste de antígeno feito 24 horas para entrar em território nacional.
Não ficou claro, contudo, como será feito o controle dos vacinados e não vacinados. Os ministros se recusaram a responder perguntas dos jornalistas presentes no pronunciamento e evitaram falar em "passaporte da vacina" ao longo da explanação, justamente para evitar um desconforto com Bolsonaro, avesso a medidas restritivas de controle da pandemia.
No dia 1º de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária enviou um pedido ao governo federal reiterando o pedido de exigência do certificado de vacinação completa contra a covid-19 para a entrada de viajantes ao território brasileiro. A medida já havia sido sugerida pelo órgão no dia 12 de novembro.