O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira (8) que vida e liberdade são “indissociáveis”, contrastando com a declaração polêmica dada no dia anterior, quando Queiroga parafraseou o presidente Jair Bolsonaro para justificar a não exigência da apresentação do comprovante de vacinação para a covid-19 de viajantes que entrarem no Brasil.
— O Estado brasileiro consagrou a dignidade da pessoa humana como o princípio básico da nossa democracia. Então, o direito à vida e o direito à liberdade são indissociáveis. Vida e liberdade. A defesa da vida desde a sua concepção. A liberdade. Isso é viver sem limites — afirmou, durante um evento no auditório do Ministério da Saúde, em Brasília.
No final da tarde de terça (7), Queiroga participou de um anúncio do governo federal sobre novas exigências para a entrada de pessoas no País. Entre elas, está uma quarentena de cinco dias para não vacinados e teste negativo para a doença. Ao parafrasear o presidente Jair Bolsonaro, o nome de Queiroga foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter.
— Nós queremos ser, sim, o paraíso do turismo mundial. E vamos controlar a saúde, fazer com que a nossa economia volte a gerar emprego e renda. Essa questão da vacinação, como realcei, tem dado certo porque nós respeitamos as liberdades individuais. O presidente falou agora há pouco: “às vezes, é melhor perder a vida do que perder a liberdade” — disse o ministro da Saúde.
A declaração foi dada para justificar a decisão do governo de não pedir o chamado passaporte vacinal para estrangeiros que entrarem no País. A recomendação foi dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que teme que o Brasil vire destino de pessoas não vacinadas durante o verão.
Jair Bolsonaro é contra à exigência da vacinação e qualquer outra medida restritiva imposta pela pandemia. Antes do anúncio de Queiroga, o presidente da República havia chamado o passaporte vacinal de "coleira" durante um evento de assinatura de contratos do leilão do 5G, realizado no Palácio do Planalto.
— Nós vemos uma briga enorme aqui agora sobre passaporte vacinal. Quem é favorável, não se esqueça: amanhã alguém pode impor algo para você que você não seja favorável. E a gente pergunta: quem toma vacina pode contrair o vírus? Pode e contrai. Pode transmitir? Sim e transmite. Pode morrer? Sim, pode, como tem morrido muita gente, infelizmente. A gente pergunta: por que o passaporte vacinal? Por que essa coleira que querem colocar no povo brasileiro? — afirmou o presidente da República.