Após confundir o enviado especial dos Estados Unidos para questões climáticas, John Kerry, com o ator e comediante americano Jim Carrey, o presidente Jair Bolsonaro chamou nesta quarta-feira (3) o senador italiano de extrema-direita Matteo Salvini, com quem se encontrou ontem, de "Salvati".
— Teve lá o Salvati, acho que foi primeiro-ministro — disse Bolsonaro, nesta quarta-feira, a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
O presidente esteve ontem com Salvini, que já foi premiê italiano e hoje é senador, em Pistoia, na Itália, durante cerimônia em memória dos soldados brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial.
O chefe do Executivo ainda disse ter sido muito bem recebido no país europeu, sem considerar seu isolamento durante a reunião do G-20. Bolsonaro teve apenas duas reuniões bilaterais oficiais: com o presidente da Itália, Sergio Matarella, e com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann.
— Disseram que eu estava isolado — comentou o presidente hoje com apoiadores, mas em tom de ironia e aos risos.
Bolsonaro também minimizou o fato de faltar à Conferência do Clima da ONU (COP26), que nesta semana reúne em Glasgow, na Escócia, os mais importantes líderes mundiais para debater a questão climática.
— Estão reclamando que não fui para Glasgow, mas levaram uma índia para lá substituir o cacique Raoni e atacar o Brasil — afirmou Bolsonaro, em referência ao discurso da ativista indígena brasileira Txai Suruí na abertura do evento.
Txai fez um discurso enfático em defesa da preservação da Amazônia e alertou sobre a importância de se ouvir os povos indígenas. Em entrevista ao UOL News, revelou ter sido intimidada por brasileiros após seu pronunciamento.