O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e o líder da extrema-direita italiana, Matteo Salvini, prestaram homenagem nesta terça-feira (2) em Pistoia (centro da Itália) aos 500 brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial.
O ato oficial, que contou com a presença de autoridades brasileiras e locais, foi organizado em frente ao monumento erguido no cemitério da cidade em homenagem aos soldados brasileiros que morreram lutando contra os nazistas, os chamados "pracinhas", e cujos restos mortais foram transferido na década de 1960 para o Brasil.
A presença de Bolsonaro gerou polêmica e protestos em toda a região, como aconteceu na véspera nas cidades de Pádua e Anguillara Veneta, onde recebeu a "cidadania honorária", concedida pelo município liderado pela Liga, partido de Salvini, e de onde seus ancestrais emigraram há mais de um século.
Além das manifestações convocadas por partidos de esquerda, movimentos ecológicos e organizações antimáfia em Pistoia, a igreja local aderiu ao protesto.
O bispo de Pistoia, Fausto Tardelli, explicou que não presidiu a cerimônia em protesto à exploração midiática da celebração dos mortos. O ato esteve a cargo do pároco local de San Rocco, Piero Sabatino.
Os frades do convento de Santo Antônio de Pádua, que o presidente brasileiro visitou na segunda-feira, também criticaram a viagem de Bolsonaro, "uma pessoa que acaba de ser acusada por seu próprio país de crimes contra a humanidade", lamentaram em nota.
— Peço desculpas pelas polêmicas que dividem (...). A amizade vai além das polêmicas que não representam o povo italiano — disse o líder da extrema-direita e ex-ministro do Interior italiano durante a cerimônia.