A Polícia Federal (PF) encaminhou à Justiça Federal o quarto relatório resultante da Operação Camilo, deflagrada em maio de 2020, que apura responsabilidades por desvio de dinheiro dos cofres públicos em contratos na área da saúde do município de Rio Pardo. Desta vez, quatro empresários de Santa Catarina foram indiciados — os nomes não foram divulgados pela PF. Mas GZH descobriu que trata-se de Michel Becker, Juliano Becker, Júlio César da Silva e Sidnei Ferreira da Silva das empresas Celeste, Lavtrim, Solusan, Youcore e Terraprime. A reportagem busca o contraponto dos indiciados.
Conforme as investigações, eles são responsáveis por empresas subcontratadas para execução de serviços de portaria, manutenção predial e sanitização, que geraram prejuízo de R$ 5,6 milhões ao erário público.
De acordo com o relatório, os empresários participavam de um esquema de sobrepreço nesses contratos, entre outubro de 2018 e maio de 2020. O indiciamento é por ocultação e lavagem de dinheiro, estelionato, corrupção ativa e organização criminosa.
Já são 19 indiciamentos nos quatro relatórios enviados à Justiça Federal até o momento, sendo que há pessoas indiciadas mais de uma vez.
A Operação Camilo, quando deflagrada, contou com uma força-tarefa composta por Polícia Federal, Ministério Público do Rio Grande do Sul, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas e Ministério Público Federal. O nome da ofensiva guarda relação com o santo da Igreja Católica São Camilo de Lellis, intercessor de todos os enfermos e profissionais de saúde, cuja oração traz alívio ao sofrimento dos doentes e estímulo aos profissionais que se dedicam aos cuidados dos enfermos.