A Polícia Federal (PF) encaminhou mais um relatório resultante da Operação Camilo, deflagrada em maio, que apura desvio dos cofres públicos em contratos na área da saúde do município de Rio Pardo. Cinco pessoas foram indicadas. A PF não divulgou os nomes, mas a reportagem de GZH apurou que são: o ex-prefeito Rafael Barros; o ex-procurador do município Milton Coelho; o presidente da Associação Brasileira do Bem-Estar Social, Saúde e Inclusão (Abrassi) Ricardo Rivero; Juarez dos Santos Ramos, ex-presidente do Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev), uma espécie de administradora da Abrassi; Edemar João Tomazeli, apontado como fundador da Abrassi; e Fabiano Pereira Voltz, superintendente da Abrassi. Os crimes investigados nesta fase são os de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude a licitação e estelionato.
O terceiro relatório levou em conta a prorrogação do contrato da Abrassi com o município para administrar o Hospital Regional de Rio Pardo.
Tanto o ex-prefeito quanto o ex-procurador do município já haviam sido indiciados em julho, no primeiro relatório, mas por suspeita de fraude na assinatura do primeiro contrato. Os crimes investigados na oportunidade teriam sido praticados entre outubro de 2016 e outubro de 2018. Neste terceiro relatório, são crimes entre outubro de 2018 e maio de 2020, quando a Operação Camilo foi deflagrada.
A estimativa inicial da PF é de um desvio de pelo menos R$ 15 milhões dos cofres públicos de Rio Pardo. São 14 indiciamentos nos três relatórios enviados à Justiça até o momento, sendo que há pessoas indiciadas mais de uma vez.
A defesa do ex-prefeito e do ex-procurador do município enviou nota para GZH:
“Os advogados Ezequiel Vetoretti, Rodrigo Grecellé Vares, Eduardo Vetoretti e Roger Cenci Zachia, que representam Rafael Reis Barros e Milton Coelho, aguardam pacientemente a conclusão do inquérito policial e a existência de uma acusação formal, por parte do Ministério Público Federal, para realizarem a defesa de seus constituintes no ambiente adequado e ético que é o processo, principalmente em um inquérito que tramita sob sigilo por determinação judicial, o que deve ser respeitado por aqueles que compreendem os limites éticos de sua atuação”.
GZH busca a manifestação dos demais indiciados.