As manifestações contra o governo Jair Bolsonaro ocorrem, neste sábado (2), em várias capitais e cidades de todo o país. Os protestos são organizados por entidades sindicais e de estudantes, partidos de oposição, e contam com a participação da sociedade civil. Pela manhã, foram registradas manifestações na cidade do Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Belém, Boa Vista, Maceió e Goiânia.
Os atos pedem o impeachment do presidente, mais vacinas para a população, mudanças na política econômica do governo, ampliação das políticas de combate à fome, respeito à democracia e aos direitos humanos, mudanças na reforma administrativa, entre outros temas.
No Rio de Janeiro, os manifestantes se concentraram cedo, na Candelária, que teve parte das pistas da Avenida Presidente Vargas interditada, nas proximidades da Igreja da Candelária. Em seguida, com faixas e cartazes as pessoas saíram, em caminhada, pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, onde foi montado um palanque para os discursos.
O ato seguiu até a tarde. Segundo o Centro de Operações Rio, por volta das 15h, ruas do centro foram liberadas para os veículos após o término da manifestação que foi pacífica e, segundo a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, não houve registro de ocorrências.
Único presidenciável a comparecer ao ato contra o presidente Jair Bolsonaro no Rio, o pedetista Ciro Gomes afirmou em discurso aos manifestantes que é preciso "tirar Arthur Lira da inércia" para fazer o impeachment avançar. O presidente da Câmara, deputado pelo Progressistas de Alagoas, nunca decidiu sobre os mais de cem pedidos de impedimento do chefe do Executivo que chegaram à Casa. Cabe a Lira decidir, monocraticamente, pela abertura - ou não - da ação por crime de responsabilidade.
Diante dele, havia um boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os dizeres "Lula livre". O petista, que é líder das pesquisas de intenção de voto para presidente, tem sido alvo de críticas de Ciro. Mas não foi citado por ele neste sábado.
Ciro defendeu uma ampla frente anti-Bolsonaro, com o centro e a "direita democrática", e citou a crise econômica e social do País, "a maior da historia". Também citou a complexidade de um processo de impeachment, que tem caráter político.
Além de Ciro, participaram do palco da manifestação os deputados federais Alessandro Molon e Marcelo Freixo, do PSB, Jandira Feghali, do PCdoB, Talíria Petrone, do PSOL, Benedita da Silva, do PT, e outras lideranças. Eles pregam a união dos partidos para derrotar Bolsonaro.
Em Salvador, a concentração dos manifestantes ocorreu na Praça Campo Grande. Depois, eles saíram em caminhada, passando por ruas do centro histórico da capital baiana, até a Praça Castro Alves, onde foi realizado um evento cultural e discursos de líderes de várias entidades e partidos políticos.
A Praça da Bandeira, em Fortaleza, foi o local escolhido pelos organizadores para o protesto contra o governo na capital cearense. Os manifestantes portavam cartazes e faixas. A Polícia Militar acompanhou toda a movimentação das pessoas que participavam da passeata.
Pela manhã foram também registradas manifestações Goiânia, Belém, Boa Vista e Maceió e em dezenas de cidades de vários estados. A maior dos protestos está programada para a parte da tarde. O principal deles ocorrerá na cidade de São Paulo. A manifestação está prevista para as 14h, na Avenida Paulista no trecho próximo Museu de Arte de São Paulo. Já em Brasília o ato está programado para começar às 15h30. Vias públicas serão interditadas a partir das 13h.
São Paulo e Brasília
Em São Paulo, o protesto ocorreu na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Carros de som começaram a ocupar a avenida desde o começo da tarde, junto à concentração de pessoas, com a presença de diversas lideranças de movimentos sociais e indígenas, entidades sindicais, artistas, além de políticos de vários partidos.
Entre as entidades participantes do ato estão Acredito, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Comissão Arns, UNE, ABI, Coalização Negra por Direitos e Direitos Já, além de centrais sindicais, como a Força Sindical, CSP-Conlutas, UGT (União Geral dos Trabalhadores) e CTB (Central dos Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil) e CUT (Central Única dos Trabalhadores). Alguns dos partidos confimaram presença como PDT, PSB, PC do B, Rede Sustentabilidade, Solidariedade, PT, Cidadania, PV, PSOL, UP, PSTU e PCB.
Os organizadores pediram aos manifestantes que seguissem as medidas de prevenção à covid-19, como o uso de máscara e álcool em gel, além da manutenção do distanciamento social.
Em Brasília, os manifestantes começaram a se concentrar no começo da tarde na área em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios. As pessoas carregam cartazes e faixas. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, os manifestantes deixarão o Museu da República em direção ao Congresso Nacional, por volta das 17h.