A última sessão da CPI da Covid no Senado começou às 10h20min desta terça-feira (26) e durou cerca de 10 horas, com a leitura e aprovação do relatório elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) por sete votos a quatro. O último ato da CPI foi um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da pandemia.
O encontro foi marcado pela inclusão de novos nomes na lista de indiciados e pela manifestação de senadores — totalizando 80 indiciamentos, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e três de seus filhos.
Doze novos nomes chegaram a ser acrescentados de última hora como indiciados. Luis Carlos Heinze (PP-RS) entrou na lista após apresentar parecer em defesa do uso de medicamentos não comprovados como eficazes para a covid-19, mas seu nome foi retirado do relatório no fim da sessão.
Além de Heinze, outros senadores governistas apresentaram votos em separado, que são relatórios à parte daquele produzido por Renan Calheiros. Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou documento em defesa ao governo federal ea o presidente Jair Bolsonaro. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) também criticou os trabalhos da CPI, em especial a postura de Renan Calheiros, e disse que a comissão foi “omissa” na investigação de governadores e prefeitos.
Após a apresentação dos votos em separado, senadores puderam se manifestar por 15 minutos. Ao todo, 23 parlamentares pediram a palavra para fazer suas considerações finais sobre o trabalho da comissão.
Como votaram os senadores
SIM: Eduardo Braga, Renan Calheiros, Tasso Jereissati, Otto Alencar, Humberto Costa, Randolfe Rodrigues e Omar Aziz.
NÃO: Luis Heinze, Eduardo Girão, Marcos Rogério e Jorginho Mello.
Outros encaminhamentos
A CPI da Covid aprovou dois requerimentos no início da reunião desta terça. Um deles pede a quebra do sigilo telemático de Jair Bolsonaro nas redes sociais pela live em que o presidente da República relacionou a vacina contra a covid-19 à aids. No requerimento, a comissão pede que o Google, Facebook e Twitter enviem dados sigilosos de Bolsonaro nas redes — relativos a abril de 2020 até o momento — ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Outro requerimento aprovado pede uma investigação pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do inquérito das fake news, pelo mesma manifestação realizada pelo presidente durante a transmissão ao vivo.