O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), aceitou retirar Luis Carlos Heinze (PP-RS) da lista de indiciados. A solicitação foi feita pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que foi quem sugeriu incluir o nome do gaúcho no relatório sob suspeitas de disseminar fake news. Com isso, o relatório fica com 80 pedidos de indiciamento: 78 pessoas e duas empresas.
Heinze teve seu nome incluído na lista de indiciados após fazer a leitura do voto em separado — alguns senadores apresentaram relatórios próprios como contraponto a Calheiros.
No documento, protocolado com 128 páginas (leia abaixo na íntegra), Heinze defendeu a autonomia médica e o uso de medicamentos para covid-19 que não foram cientificamente comprovados como eficazes para a doença, como a cloroquina. Afirmou que seu relatório inclui centenas de estudos sobre o uso de substâncias feitos por "cientistas, não charlatões", segundo citou o senador.
— São pesquisas que o Ministério Público e a Procuradoria-Geral da República vão se debruçar. Não são factóides, não são narrativas — apontou Heinze.
O senador também chamou os integrantes da CPI da Covid de “ajudantes de ordem” de Renan Calheiros e alegou que houve “muita incoerência, pressão e interrupção” nos trabalhos da comissão.
— Ninguém é contra vacina. Não se pode confundir prevenção com tratamento. A vacina e os fármacos são complementares. Diversos senadores, inclusive, confessaram ter usado a cloroquina — disse.
Alessandro Vieira pediu, então, que Heinze fosse incluído na lista de indiciados da CPI da Covid por disseminação de notícias falsas.
— Esta CPI teve a coragem de pedir o indiciamento do presidente da República e do líder do governo. Não pode fechar os olhos com relação ao comportamento do seu colega parlamentar — afirmou Vieira.
Heinze, então, foi colocado entre os pedidos de indiciamento da CPI da Covid, apontado por incitação ao crime, e seu nome foi lido por Renan Calheiros durante a manifestação do relator na sessão desta terça.