
Cinco dias após as manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, grupos de oposição ao governo vão às ruas nesse domingo (12) pedir o impeachment do mandatário. Convocados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), os protestos devem reunir partidos de esquerda e organizações liberais.
Em Porto Alegre, o ato está marcado para começar às 15h, na Avenida Goethe. Foi no mesmo local que milhares de simpatizantes de Bolsonaro pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal e implantação do voto impresso na última terça-feira (7).
O entorno do Parcão é tradicionalmente um ponto de concentração dos manifestantes de direita na Capital, e era ocupado pelo MBL nos protestos pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o assistente administrativo Klaus Schuch, um dos coordenadores do movimento no Estado, o grupo chegou a cogitar marcar o protesto para outro lugar, mas preferiu manter a tradição.
— Admito que possa ser um pouco afrontoso, mas não faz mal. O importante é darmos o recado de que lutamos pelo impeachment do presidente. A pauta é "Fora Bolsonaro" — afirma Schuch.
Os organizadores afirmam ter a confirmação de ao menos cinco movimentos, como Livres, Vem Pra Rua, Pampas e União da Juventude Livre (UJL). Representantes de partidos de centro e de esquerda também manifestaram desejo de participar, entre eles MDB, PSDB, Cidadania, PDT e PSB.
Embora algumas legendas hesitem em aderir formalmente aos protestos, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, confirmou presença à manifestação em São Paulo, e muitas siglas estão liberando os filiados.
— A direção nacional do partido recomendou que os diretórios do PSB liberem seus filiados para todo e qualquer ato pelo impeachment de Bolsonaro. Acho que está muito em cima, devia ter mais tempo para organizar melhor esse protesto de domingo, mas, quem quiser, pode ir — disse o presidente do PSB no Estado, Mário Bruck.
Uma das resistências à manifestação convocado pelo MBL é a proibição de bandeiras partidárias e de roupas vermelhas. Schuch disse que os movimentos liberais devem comparecer vestidos de branco, mas que se alguém aparecer com estandartes de partido não será expulso.
No PT, a orientação aos filiados é para não comparecer. Segundo o presidente da sigla no Estado, deputado Paulo Pimenta, um dos motivos foi o slogan criado pelo MBL para a manifestação: "Nem Lula, nem Bolsonaro".
— Não temos problema nenhum em participar de protestos que tenham uma pauta comum, mas não vamos a manifestações que a princípio já estabelecem vetos. Já há um grupo grande, suprapartidário, conversando sobre uma pauta nacional, em defesa da democracia, da Constituição, da lisura das eleições. Vamos aguardar os próximos movimentos — justifica.