O prefeito de Cerro Grande do Sul, Gilmar João Alba (PSL), irá participar da sessão plenária desta segunda-feira (13) da Câmara de Vereadores do município da região centro-sul do Estado. O chefe do Executivo diz estar aberto para dar esclarecimentos à comunidade e aos vereadores. No dia 26 de agosto, ele foi flagrado pela Polícia Federal (PF) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, levando R$ 505 mil na bagagem de mão. O montante foi apreendido. A sessão plenária começa às 19h15min.
— Se querem fazer perguntas para mim, eu respondo. Agora, a reunião não é para esclarecer (a origem do dinheiro), porque esse dinheiro é particular e não preciso explicar nada para ninguém. Vou falar com meu povo hoje à noite. É uma ida para cobrar mais serviço e menos fofoca — declarou o prefeito.
Há uma semana, o prefeito foi alvo de uma ação da Polícia Federal (PF). A mando do Supremo Tribunal Federal (STF), policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em imóveis dele e também na prefeitura. O motivo da ação era buscar explicações sobre o flagrante no aeroporto da capital paulista. Gilmar Alba não explicou o motivo de levar tantas cédulas em espécie, mas disse à Rádio Gaúcha que costuma fazer isso em busca de oportunidades de bons negócios, que exigiriam dinheiro vivo.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado Federal, levantou a suspeita de que o dinheiro fosse oriundo de uma “vaquinha” entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro para as manifestações ocorridas em 7 de setembro.
Os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Omar Aziz (PSD-AM) pediram investigações a respeito, dizendo ter recebido "sérios indícios" de que o dinheiro de Alba se destinava a manifestações contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Alba já foi alvo de operação contra sonegação fiscal, em 2017. Ele é um dos maiores produtores de fumo da região sul do Rio Grande do Sul e tem patrimônio declarado superior a R$ 9 milhões. Desses, R$ 4,3 milhões seriam em dinheiro, tanto em espécie quanto em aplicações.