- O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, fala nesta terça-feira à CPI da Covid
- Início do depoimento atrasou porque os senadores aguardaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro, na Organização das Nações Unidas (ONU)
- Pelo requerimento original, Rosário falaria sobre desvios de recursos da União, mas o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), já avisou que cobrará explicações sobre uma suposta omissão da CGU em negociações do Ministério da Saúde
- Na semana passada, Aziz afirmou que Rosário prevaricou, ou seja, teria deixado de tomar iniciativas e se omitido diante de irregularidades
- A sessão foi interrompida às 16h25min após uma discussão entre Rosário e vários senadores. Os parlamentares consideraram que o ministro da CGU foi agressivo com a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que fazia perguntas, ao chama-la de "descontrolada"
- Simone havia apresentado um cronograma da atuação da CGU no caso da Covaxin e criticou Rosário por ter participado de uma entrevista coletiva em defesa do governo, antes do término das investigações sobre o contrato
- Na sequência, Rosário deixa o plenário
- Ao retomar os trabalhos, Aziz solicita ao relator Renan Calheiros (MDB-AL) que Rosário passe a ser investigado na CPI. "Se é prevaricação, se é omissão, só vamos tirar essas conclusões se ele passar a ser investigado", disse Aziz, criticando o que considerou omissões de Rosário. Renan aceitou a solicitação
- A sessão foi encerrada às 16h35min
O que foi dito
- Wagner Rosário jurou dizer a verdade durante o depoimento. O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) não recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito de ficar em silêncio. — Caso raro, praticamente todos que estiveram aqui recorreram ao STF. Eu parto do princípio que aquilo que lhe for perguntado será respondido, até porque ele não procurou a Justiça — destacou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM)
- Logo na abertura da reunião, os senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticaram a postura do filho mais novo do presidente Bolsonaro, Jair Renan, que, segundo eles, ameaçou a CPI. Eles exibiram um vídeo em que o jovem de 22 anos está numa loja de armas, aponta para as pistolas e diz: "Alô, CPI!". Os parlamentares lembraram que ele é maior de idade, não tem foro privilegiado e cometeu crime de ameaça
- A exibição de um vídeo sobre uma nota normativa do governo para ampliar o acesso de crianças ao tratamento com hidroxicloroquina no Sistema Único de Saúde (SUS) gerou intenso debate na CPI. No vídeo, apresentado a pedido do relator Renan Calheiros (MDB-AL)
- Uma das referências citadas para embasar as orientações é o médico Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde. Segundo Omar Aziz (PSD-AM), Queiroga já fazia "passar vergonha" nessa época. Por outro lado, Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que a CPI virou um "palco" e que a exibição do vídeo não teria relação com a investigação
- Em sua fala inicial à CPI, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, negou ter prevaricado em relação à denúncias relacionados à negociações irregulares de vacinas e de testes de covid-19 no Ministério da Saúde. Ele apresentou um cronograma das ações da CGU, que segundo ele, reforçam que a pasta tomou todas as medidas possíveis
- Foi só no final de junho de 2021 que a CGU tomou conhecimento, segundo Rosário, do envolvimento da Precisa em atividades suspeitas no Ministério da Saúde. A CGU solicitou, então, o compartilhamento de informações. A autorização veio em 8 de julho após decisão judicial. — Até 8 de julho de 2021 a CGU sequer tinha autorização para utilização de informações produzidas sobre Marconny Albernaz e Roberto Dias — disse
- De acordo com Rosário, o começo das investigações que trouxeram à tona o nome de Marconny Albernaz de Faria, suspeito de atuar como lobista da Precisa Medicamentos, tem base em denúncia recebida em 2019 na CGU. O órgão, junto com a o Ministério Público e a Polícia Federal, começou a investigar o favorecimento de empresas no Instituto Evandro Chagas, no Pará