O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), afirmou que a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata do voto impresso será analisada em plenário na terça (10) ou na quarta-feira (11). Apesar de acreditar que "as chances de aprovação podem ser poucas", ele disse ter conversado com o presidente da República, Jair Bolsonaro, e obtido o compromisso de que o resultado da votação será respeitado.
— Nossa expectativa é que os poderes acatem com naturalidade e respeitem (o resultado do plenário) — declarou Lira em entrevista à rádio CBN, nesta segunda-feira (9). — O presidente Bolsonaro me garantiu que respeitaria o resultado do plenário — disse.
Na semana passada, a comissão especial da Câmara que tratava da PEC rejeitou a proposta por 22 votos a 11. Mesmo assim, Lira optou por levar o tema para deliberação do plenário, atendendo aos interesses da base governista. Isso não quer dizer, porém, que a pauta vá avançar.
— Temos uma média de 15 ou 16 partidos contrários ao voto impresso, acho que as chances de aprovação podem ser poucas — afirmou o parlamentar.
Como se trata de uma PEC, para a mudança ser aprovada, precisa do apoio de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação e depois, também em duas rodadas, os votos de 49 dos 81 senadores.
Lira disse que conversou com Bolsonaro na sexta-feira, após a rejeição da PEC na comissão especial. Ele admitiu que "não é usual" levar uma proposta rejeitada na comissão para votação em plenário, mas defendeu a iniciativa como "necessária", uma vez que a pauta "esticou tanto a corda" entre os poderes e "já passou dos limites".
O deputado insistiu que "quem for vencido tem que serenar" e destacou que o tema também enfrenta resistências no Senado, onde proposta similar está travada:
— Não legislar também é legislar — afirmou.