A proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, rejeitada na noite de quinta-feira (5) em comissão especial, será analisada também pelo plenário da Câmara dos Deputados. O anúncio foi feito pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), na tarde desta sexta-feira (6):
— Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar, sim, a questão do voto impresso para plenário, onde todos os parlamentares eleitos legitimamente pela urna eletrônica vão decidir. E eu friso: foram eleitos todos pela urna eletrônica.
Em seu pronunciamento, Lira fez referência às tensões entre os poderes:
— Infelizmente, assistimos nos últimos dias a um tensionamento, quando a corda puxada com muita força leva os poderes para muito além de seus limites. A Câmara dos Deputados sempre se pauta pelo cumprimento do regimento e pela defesa da sua vontade, que é a expressão máxima da democracia.
Esse movimento de Lira é previsto no regimento na Câmara, permitido porque a comissão especial não pode arquivar ou aprovar de vez uma PEC. O tema será tratado em reuniões de líderes na segunda-feira.
— Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo que deixar o plenário manifestar-se. Só assim teremos uma decisão inquestionável e suprema, porque o plenário é a nossa alçada máxima de decisão, a expressão da democracia, e vamos deixá-lo decidir — completou.
Na quinta, os membros da comissão especial da PEC rejeitaram parecer favorável à impressão dos votos, elaborado pelo relator Filipe Barros (PSL-PR) por 23 votos a 11. Um novo relatório deve ser votado ainda nesta sexta-feira.