O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (4) que seria obrigado a jogar fora das quatro linhas definidas pela Constituição caso chegue a ele algo fora dos limites definidos pela Carta Magna.
Na segunda-feira (2), durante primeira sessão do semestre do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Corte autorizou a abertura de inquérito para investigar se os ataques do presidente à urna eletrônica constituem infração, bem como solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que analise se o presidente deve ser incluído em investigação sobre o disparo de fake news, o que foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes.
Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, o presidente disse que o inquérito sobre o disparo de notícias fraudulentas nasce sem qualquer embasamento jurídico.
— (A abertura) está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está. Então o antídoto para isso também não está dentro das quatro linhas. Aqui ninguém é mais macho que ninguém — disse.
Bolsonaro também acusou o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, de ter candidato para as eleições do próximo ano, bem como distorceu votos do ministro para atribuir a ele a defesa das drogas, do "direito das amantes" e da pedofilia.
— Tudo o que ele (Barroso) defende não se adequa a sociedade brasileira — disse Bolsonaro.
Para o presidente, Barroso não tem qualquer amor à democracia.
— Não pode um ministro ocasionar esse tumulto todo — disse sobre o assunto. — Não tente me jogar contra o Supremo e levar para o lado do corporativismo.