O ministro da Educação, Milton Ribeiro, voltou a gerar polêmica fazendo novos comentários sobre o ensino de crianças com deficiência na mesma sala de outros alunos. Segundo o jornal O Globo, ele disse que o governo não quer “inclusivismo”, argumentando que certos tipos de pessoas com deficiência precisam de turmas especiais.
— Nós não queremos o inclusivismo, criticam essa minha terminologia, mas é essa mesmo que eu continuo a usar — disse.
O ministro disse que 12% das crianças com deficiência nas escolas públicas têm um grau que “impede dela ter o convívio” dentro da sala de aula. De acordo com ele, essa porcentagem de estudantes que não teriam condições de acompanhar (os outros estudantes) estão cegos, surdos e alguns com graus de autismo.
Ribeiro, porém, ressaltou que a escola pública não pode recusar crianças com algum tipo de deficiência, e que a escolha segue sendo dos pais.
— A escolha quem faz é o pai e mãe, é ele quem coloca o filho lá, nenhum diretor tem autoridade de negar a matricula de uma pessoa que tem deficiência em uma escola pública. Elas não podem fazer isso, não é isso que estou falando — disse.
O ministro voltou admitir que errou ao falar que crianças com deficiência “atrapalhavam” o aprendizado de outros alunos, mas disse que um prejudica o desenvolvimento do outro.
— Não deixando de lado os deficientes, mas olhando também os outros 88% dos alunos que eventualmente podem ter também. Eu, quando usei a palavra atrapalhar eu fui infeliz, eu disse isso, mas usando com todo cuidado, vou fazer novamente, se usei a palavra atrapalhar, um atrapalha o outro. Nesse sentido de caminhar na educação. A palavra atrapalhar não é a melhor, a gente se equivoca, mas um prejudica o progresso do outro — concluiu.