O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, e o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmam em nota conjunta "reconhecer a importância do diálogo permanente entre as duas instituições".
Fux e Aras estiveram reunidos por cerca de 50 minutos nesta sexta-feira (6), à convite do ministro, para tratar das relações entre o Judiciário e o Ministério Público.
O encontro acontece após escalada das tensões entre Executivo e Judiciário por ataques do presidente da República, Jair Bolsonaro, a ministros do Supremo, ao sistema eleitoral e ao voto eletrônico.
Ao longo da semana, uma série de acontecimentos detalha a tensão entre os poderes, em que os discursos ficaram mais fortes e evidenciaram a relação difícil entre o presidente e ministros do STF.
Na quarta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que seria obrigado a "jogar fora das quatro linhas definidas pela Constituição" caso chegue a ele algo "fora dos limites" definidos pela Carta Magna. A ameaça ocorreu depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a abertura de inquérito para investigar se os ataques de Bolsonaro à urna eletrônica constituem infração e do Supremo Tribunal Federal (STF) ter aceito incluir o presidente como na investigação sobre o disparo de fake news.
O mais recente contraponto até então tinha vindo do presidente do STF, Luiz Fux, na quinta-feira (5), quando o ministro cancelou a reunião que havia sido adiada entre os chefes dos poderes.
Em um breve pronunciamento, o magistrado afirmou que "diálogo eficiente pressupõe compromisso permanente com as próprias palavras", em referência à conversa que teve com Bolsonaro no dia 12 de julho, na qual o chefe do Executivo se comprometeu em moderar o discurso belicoso em relação aos ministros que integram a Corte, bem como cessar os ataques ao sistema eleitoral.