Pouco antes de ser preso preventivamente por decreto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-deputado federal e atual presidente do PTB, Roberto Jefferson, criticou e fez ameaças ao ministro. Em áudio que circula por grupos bolsonaristas e obtido pelo Poder 360, Jefferson ameaça Moraes e diz:
— Daqui pra frente (a nossa conta) é pessoal, não tem saída.
Em xingamentos, o ex-deputado diz que Moraes, a quem se refere como "Xandão", é "cachorro do Supremo" e representa o "pior caráter" da Corte.
"Mensalão chinês"
Falando aos integrantes de seu partido, "nossos leões e leoas conservadores", Jefferson acusa o Supremo de ser um "partido político comunista que tem condições de pedir mandados de prisão em inquéritos que não tem o Ministério Público". Com a decisão de sua prisão, segundo ele, a Corte tinha chegado ao limite da "inconstitucionalidade, da agressão à ordem jurídica nacional". No áudio, diz que a vontade do ministro é que impere a vontade da China.
— É o mensalão chinês — classifica.
— Os conservadores (estão) sendo presos por um tribunal corrupto, que é o Supremo, uma Orcrim, uma organização criminosa para servir aos interesses dos comunistas e para praticar abuso de autoridade e constrangimento ilegal — diz Jefferson.
O ex-deputado acusa Moraes de perseguição pessoal e ao PTB. Entre as ameaças, Jefferson pontua que "o que é pessoal, pessoalmente se resolve e a vida vai nos colocar frente a frente para que pessoalmente nós possamos resolver esse problema, se Deus quiser".
O presidente da sigla alega que os ministros do STF representam "cerceamento das liberdades democráticas da lei, da ordem, da família, de Deus, da liberdade da vida".
— Vocês representam o outro lado, a ditadura marxista, cumplicidade com a oligarquia mundial que é a Nova Ordem — afirma. Na sequência, Jefferson faz comentários homofóbicos e de intolerância religiosa.
Jefferson conclui o áudio afirmando que a Corte Suprema está "derrubando os alicerces da pátria, da nação".
— Vamos resistir a você, Xandão, e aos que te sucederem. Não vamos permitir que vocês governem o Brasil por despacho — disse.