- O sócio-proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, fala à CPI da Covid nesta quinta-feira
- A empresa representou no Brasil o laboratório indiano Baraht Biotech, que fabrica a vacina Covaxin
- As supostas irregularidades no processo de negociação do imunizante entraram na mira da CPI após o servidor Luis Ricardo Miranda denunciar que estava sendo pressionado para acelerar a compra
- A vacina estava sendo negociada ao preço de US$ 15 a dose, e o contrato previa a aquisição de 20 milhões de doses, num total aproximado de R$ 1,6 bilhão
- O depoimento de Maximiano foi adiado por quatro vezes
- A sessão foi encerrada às 17h
O que foi dito
- Maximiano informou à CPI que ficaria em silêncio no depoimento e foi alertado pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), de que há limites para o silêncio garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que poderá adotar medidas se ele se recusar a responder questionamentos dos senadores que não o incriminem
- O dono da Precisa ficou em silêncio na maioria das perguntas feitas pelo relator da investigação, Renan Calheiros (MDB-AL). Uma das perguntas não respondidas foi sobre o padrão de vida em relação aos seus rendimentos
- Maximiano negou relação entre a Precisa e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar, porém, levou Maximiano para uma reunião com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, em 13 de outubro. Flávio negou que o encontro tenha relação com a Covaxin, versão repetida pelo empresário durante o depoimento
- Maximiano afirmou que o contrato com o Ministério da Saúde para compra da Covaxin previa pagamento diretamente para o fabricante, no caso, a Bharat Biotech, na Índia
- O empenho de R$ 1,6 bilhão, porém, foi feito à Precisa, mas o empresário se recusou a dar esclarecimentos sobre o procedimento. Além disso, não respondeu sobre a suposta pressão da empresa para o governo acelerar a importação do imunizante
- Confirmou que o contrato estabelecia a compra de 20 milhões de doses a US$ 15 a unidade, mas não explicou a mudança de preço ao longo da negociação. Ele repetiu a versão dada pela diretora da empresa Emanuela Medrades de que o preço foi estabelecido pela companhia indiana e que a Precisa conseguiu fechar um contrato com o valor mínimo exigido pela fabricante
- Maximiano negou influência na aprovação de uma lei no Congresso para destravar a importação da vacina indiana Covaxin. A sugestão foi aprovada após emenda apresentada pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), investigado pela CPI
- Maximiano admitiu conhecer Barros e ter interesse na emenda, mas negou influência no processo legislativo