A possibilidade de implementação do voto impresso para as próximas eleições, em 2022 — defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e em discussão no Congresso —, dificilmente deve ocorrer, segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS).
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, nesta segunda-feira (12), o desembargador Arminio José Abreu Lima da Rosa classificou como "irrealizável" a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o voto impresso no país já no próximo pleito. Dentre os impeditivos estão o alto custo para adquirir novo maquinário e a elaboração do programa que rodaria o novo sistema.
Também em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso — recente alvo de ataques de Bolsonaro —, disse que o custo para mudar o sistema eleitoral ficaria em torno de R$ 2 bilhões. Assim como Barroso, o presidente do TRE-RS julga como desnecessária a mudança, já que nunca houve fraude comprovada na urna eletrônica, e o voto impresso poderia trazer "confusões que atualmente não temos".
Na entrevista, o desembargador lamentou ainda as acusações que Bolsonaro fez sobre as eleições de 2014, alegando que na ocasião houve fraude na vitória da ex-presidente Dilma Rouseff. O TRE gaúcho chegou a soltar uma nota de repúdio à fala do presidente e espera que o mesmo apresente provas.
— Não podemos aceitar ameaças à democracia. A democracia é difícil de conquistar, e fácil de perder — disse o desembargador.