Mais de sete anos após receber a última visita presidencial, Caxias do Sul integrará a agenda de Jair Bolsonaro, em passagem pelo Rio Grande do Sul entre esta sexta-feira e sábado. Desde que assumiu, Bolsonaro ainda não havia visitado o município. Mas, esteve na Serra, onde participou, em dezembro de 2019, da cúpula do Mercosul, realizada em Bento Gonçalves.
Na agenda a ser cumprida, Bolsonaro deve desembarcar em Caxias no início da tarde desta sexta, interagir brevemente com apoiadores no Aeroporto Hugo Cantergiani e se deslocar por terra até a Universidade de Caxias do Sul, onde conhecerá a fábrica de grafeno da UCS. A visita ocorre um ano e cinco meses após o presidente ter recebido o primeiro convite formal para a inauguração da UCSGraphene.
Em 12 de fevereiro de 2020, uma comitiva caxiense esteve no Palácio do Planalto convidando o chefe da nação para a abertura oficial da planta fabril, marcada para o dia 14 de março seguinte, mas o evento acabou sendo cancelado devido à pandemia.
A UCSGraphene foi inaugurada oficialmente em 15 de abril do ano passado, em cerimônia para público restrito e transmissão pela internet.
Nesta sexta, uma espécie de nova inauguração será feita. Bolsonaro irá prestigiar a primeira planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina e participar da abertura da 1ª Feira Brasileira do Grafeno, que ocorre de 9 a 16 de julho no Ginásio I da Vila Poliesportiva. O presidente deve discursar durante o evento em um palco dentro do ginásio.
Para o reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Evaldo Kuiava, a projeção do grafeno por meio do respaldo institucional não deixa de ser um estímulo para expandir a produção do setor:
— Nossa expectativa é poder mostrar o que estamos fazendo na UCS. É um projeto ousado, mas real. Cento e trinta empresas estão interessadas em desenvolver produtos com grafeno. Temos de pensar em como multiplicar a produção, em equipes, e já estamos desenvolvendo novos equipamentos para qualificar o produto e ampliar a escala. Até o final do ano, pretendemos ampliar a planta de produção — afirma o reitor.
A expectativa de Kuiava é que, com o presidente vendo de perto o trabalho desenvolvido pela UCSGraphene, o governo federal aporte recursos para a ampliação da fábrica, além de investimento em projetos para a aplicação do produto. Segundo ele, a planta fabril tem laboratório robusto, mas, quando a escala é industrial, a demanda é ampla. Por isso, a necessidade de recursos para ampliação, sem especificar valores necessários.
O planejamento é chegar a 10 reatores para a produção — hoje são dois em funcionamento na unidade de negócios. Conforme Kuiava, com investimento, o Brasil pode deixar de exportar grafite em forma de commodity e passar a vender tecnologia aplicada, que tem maior valor agregado.
Também na UCS, Bolsonaro deve prestigiar modelos de veículos apresentados por Agrale, Randon e Marcopolo. Antes do fim da tarde, o presidente deve se deslocar de helicóptero para Bento Gonçalves, onde se reunirá em jantar com representantes do setor vitivinícola e líderes empresariais do município, passará o pernoite e, no sábado, se deslocará para Porto Alegre.
Bolsonaro deve chegar na Capital por volta das 10h. Na agenda, está prevista a realização de uma motociata – como são chamados os passeios de moto liderados pelo presidente do país durante a pandemia. Depois, haverá almoço com empresários.
Devem integrar a comitiva presidencial os ministros Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), Marcos Pontes (de Ciência e Tecnologia) e Onyx Lorenzoni (Secretaria Geral da Presidência da República).