Com a ida do senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) para o comando da Casa Civil, a vaga dele no Senado ficará em família. Eliane Nogueira, mãe do parlamentar, é a primeira-suplente e deve ocupar o posto com o afastamento do titular para integrar a equipe ministerial.
Nogueira informou, na terça-feira (27), que aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir o novo cargo, com a missão de melhorar a relação com o Congresso. Aos 72 anos, Eliane não tem trajetória política e deve fazer a estreia como parlamentar.
É prática comum entre os senadores indicarem parentes para ocupar as suplências. Assim, se forem nomeados para cargos como de ministro de Estado ou de secretário, ou se decidirem disputar uma eleição para o Executivo, por exemplo, preservam a vaga no Senado com algum parente de extrema confiança.
Parentes
Outros três senadores também têm parentes como suplentes. Chico Rodrigues (DEM-RR), conhecido por ter sido flagrado, durante operação da Polícia Federal contra desvios na Saúde, com R$ 33 mil escondidos na cueca, tem o filho Pedro Rodrigues como suplente.
Já o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente da Casa, tem o irmão Josiel como suplente. E Eduardo Braga (MDB-AM) tem a mulher, Sandra Braga, como substituta imediata.
Exemplos como esse se acumulam nas últimas décadas no Legislativo. Um caso famoso é o do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, que tinha o filho ACM Júnior como suplente e deixou-lhe a vaga quando renunciou ao mandato, em 2001.
Um projeto do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) veda a presença de parentes como suplentes de senadores, mas a proposta do parlamentar da Rede ainda tramita na Casa.
Se a mãe de Ciro Nogueira não quiser assumir a vaga, o segundo-suplente é o ex-prefeito de Picos Gil Paraibano, esse, sim, um político veterano.
Flávio será suplente na CPI
Com a ida de Nogueira para o ministério, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) terá uma vaga de suplente na CPI da Covid. Ele ocupará a vaga do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que assumiu como titular do colegiado após Nogueira assumir a Casa Civil.
Mesmo antes de fazer parte da comissão, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro participava das reuniões, entrando em embates com o relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Flávio é um dos alvos da comissão. Calheiros, por exemplo, quer investigar a relação dele com Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, empresa que está no centro de suspeitas de corrupção na negociação do governo pela vacina indiana Covaxin.
O senador levou o empresário para uma reunião no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, Flávio nega conhecer Maximiano e tem dito que apenas intermediou uma reunião para oferta de internet banda larga nas regiões Norte e Nordeste.