Xingado de "bandido" por Jair Bolsonaro na manhã deste sábado (10) durante passagem do presidente por Bento Gonçalves, na Serra, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) rebateu a provocação. No Twitter, ele disse que as falas de Bolsonaro são "retórica de Primeira Latrina".
"Sobre a entrevista de Bolsonaro: não sou especialista em anatomia, mas é preciso examinar se, depois da facada, não costuraram o intestino direto na garganta. Talvez só isso explique a retórica da Primeira Latrina", escreveu Calheiros.
Na entrevista concedida à Rádio Gaúcha, Bolsonaro disse que não iria responder à carta assinada por Calheiros, relator da CPI da Covid, e pelos senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que são, respectivamente, presidente e vice-presidente da comissão que investiga suspeita de negligências do governo federal no combate à pandemia.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz reagiu de maneira enfática às declarações do presidente. Em entrevista, Omar disse que não pretende descer ao que chamou de nível de debate do cercadinho, alusão à linguagem utilizada pelo capitão ao se comunicar com seu grupo de apoiadores. Ele repetiu que Bolsonaro deve uma resposta à população, a respeito do encontrou (ou não) com o deputado Luis Miranda (DEM), que afirma ter contado ao presidente sobre denúncias de irregularidades envolvendo a compra da Covaxin.
No texto enviado ao presidente, os senadores cobram que Bolsonaro confirme ou desminta as declarações feitas pelos irmãos Miranda sobre o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR).
— Eu não vou responder. Não tenho obrigação de responder, ainda mais carta para três bandidos. Eu vou responder para ladrões, bandidos? Eu não vou responder — reiterou Bolsonaro na entrevista.