O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se irritou após jornalistas questionarem sobre a compra da vacina da Covaxin, fabricada pela indiana Bharat Biotech, nesta quarta-feira (23). Segundo ele, o Ministério da Saúde "não comprou sequer uma dose" do imunizante.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o preço fechado para a compra do imunizante, de US$ 15 por dose, foi 1000% mais alto do que o estimado pela própria fabricante seis meses antes. Ainda conforme a publicação, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) levou a denúncia de um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina, no dia 20 de março, para o presidente Jair Bolsonaro.
— Todas as vacinas que têm registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o Ministério considera para aquisições — declarou o ministro nesta quarta-feira, após evento de abertura do Fórum sobre Proteção Integrada de Fronteiras e Divisas, no Palácio do Planalto.
Queiroga acrescentou que o governo espera o posicionamento do órgão regulador para tomar uma posição acerca "não só dessa vacina, mas de qualquer outra vacina que obtenha registro emergencial ou definitivo".
— Já temos hoje número de doses de vacinas contratadas acima de 630 milhões, e o governo federal tem feito a campanha acelerar — afirmou.
Ao ser questionado se o governo compraria a vacina com o preço acima da média, Queiroga se irritou e respondeu:
— Eu falei em que idioma? Falei em português. Então, não foi comprada uma dose sequer da vacina Covaxin nem da Sputnik — disse o ministro. — Futuro é futuro — finalizou, abandonando em seguida a entrevista.
Procurado para comentar a reportagem de O Estado de S. Paulo, na terça-feira (22), o Ministério da Saúde se limitou a dizer que o pagamento das vacinas será feito "somente após a entrega das doses".