Diretor do Instituto Butantan diz à CPI da Covid que interrupção de negociações atrasou vacinação no país

• O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, presta depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (27). A sessão se prolongou por cerca de sete horas
• O médico foi questionado, entre outros pontos, sobre as dificuldades que o Butantan vem enfrentando na produção da CoronaVac, como a falta de insumos da China
• A CoronaVac é, atualmente, a vacina contra a covid-19 mais aplicada no Brasil.
• Já no começo da sessão, o médico afirmou que a primeira oferta de vacinas ao Ministério da Saúde ocorreu em julho de 2020
• Segundo Covas, o Butantan tinha "5,5 milhões de doses prontas e 4 milhões em processamento" em dezembro, mas sem contrato com a União
• Diretor do Butantan disse que negociação para compra da CoronaVac travou após declaração de Bolsonaro, o que contraria depoimento de Pazuello
• "Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação", afirmou Covas
• Covas reforçou que as declarações anti-China do governo federal aumentam dificuldades para liberação de insumos. Segundo ele, além de questões técnicas, os ataques ao país oriental podem atrasar a entrega de um total de 54 milhões de doses de CoronaVac ao Ministério da Saúde até setembro, devido à falta de insumos. Esse volume é referente ao segundo contrato do governo federal com o Butantan — o primeiro, já finalizado, foi de 46 milhões de doses
• O diretor do Butantan disse que houve tratamento desigual pelo governo federal nas relações com o instituto ligado ao governo de São Paulo e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que oferta a vacina da AstraZeneca. "A AstraZeneca foi contrata em agosto, no mesmo patamar (de informações que tinha sobre a CoronaVac). Tratamentos ocorreram de forma diferente, pedimos contratação nos mesmos moldes, houve duas formas de entender as vacinas"

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