A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (26) a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual titular da pasta, Marcelo Queiroga. Os depoimentos ainda serão agendados.
A comissão aprovou ainda a convocação de nove governadores e de um ex-governador para prestarem depoimento. Serão chamados os chefes dos Executivos de Amazonas (Wilson Lima), Pará (Helder Barbalho), Distrito Federal (Ibaneis Rocha), Tocantins (Mauro Carlesse), Santa Catarina (Carlos Moisés), Roraima (Antonio Denarium), Amapá (Waldez Góes), Rondônia (Marcos Rocha) e Piauí (Wellington Dias), além do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel — cassado do cargo após um processo de impeachment.
O aval da comissão para que esses gestores compareçam ao colegiado atende a pedido de governistas, que desde o início dos trabalhos tentam direcionar o foco da CPI na apuração do destino de recursos federais repassados a Estados e municípios para combate à pandemia.
Já o retorno de Pazuello vem após a participação do general em ato público em favor do presidente Jair Bolsonaro, no último domingo (23), no Rio de Janeiro, e depois do depoimento, na terça-feira (25), da secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, que contrariou o que o ex-ministro afirmou na semana passada sobre a crise provocada pela covid-19 no Amazonas.
Aos senadores, Mayra afirmou que o ex-ministro da Saúde soube do desabastecimento de oxigênio em Manaus no dia 8 de janeiro. À CPI, Pazuello afirmou que foi informado apenas na noite do dia 10 de janeiro.
Os membros do colegiado aprovaram, também na reunião desta quarta, a convocação de Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República; Carlos Wizard, empresário que trabalhou um mês gratuitamente e sem contrato para o Ministério da Saúde; e de Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República.
Pedido para convocar Bolsonaro
Na sessão, os senadores também bateram boca sobre o pedido de convocação do presidente Jair Bolsonaro, apresentado pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O fato de Randolfe ter protocolado o requerimento no dia que os senadores avaliaram a convocação de gestores estaduais e municipais foi visto pelos governistas como uma manobra.
A justificativa de Randolfe é de que, ao convocar governadores e prefeitos, a CPI estaria abrindo precedente que dá aval para o presidente da República também ser chamado.
— Pedido de convocação de Bolsonaro se revelou estratégia para não convocarmos governadores. Esse requerimento (convocar Bolsonaro) vai em afronta total ao princípio de separação dos poderes — disse o senador aliado do governo Marcos Rogério (DEM-RO).
— Vedações da Constituição e regimento valem para presidente da República e governadores. Se abrimos precedente (ao convocar governadores), que seja para todos —rebateu Randolfe.