O governador Eduardo Leite informou nesta quarta-feira (24) que a criação de um comitê de coordenação nacional liderado pelos chefes de Legislativo e Executivo, voltado para ações de combate ao coronavírus, veio tarde, com um ano de atraso. Afirmou, porém, que a suposta mudança de comportamento do presidente Jair Bolsonaro em relação às medidas adotadas para conter a pandemia é bem-vinda.
— É claro que a criação de um gabinete de crise chega com muito atraso, de pelo menos um ano, é claro que o pronunciamento do presidente da República feito em cadeia nacional é totalmente incoerente em relação a tudo o que ele falou ao longo da pandemia. É claro que ele chamou para a reunião (da manhã desta quarta-feira, no Palácio da Alvorada, em Brasília) apenas governadores próximos ideologicamente, o que significa não se dispor a ter um diálogo efetivamente com a nação para um enfrentamento da pandemia. Mas o Brasil não precisa ficar no confronto político e precisa da mudança de postura do presidente. É importante que o presidente mude sua postura. Não vou ficar aqui atacando politicamente o presidente e gerando constrangimento, o que significa a ele menos possibilidade de mudar a postura que ele teve até aqui, que foi absolutamente equivocada. É bem-vinda a mudança em direção ao que é certo — disse Leite.
O comitê anunciado por Bolsonaro terá reuniões semanais e será formado pelo chefe do Executivo e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, e outros membros. A medida foi decidida em reunião na manhã desta quarta-feira, no Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro recebeu, além dos presidentes do Parlamento, o líder do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o procurador-geral da República, Augusto Aras, governadores, ministros de Estado e representantes de instituições independentes.
De acordo com o presidente, houve unanimidade entre todos os presentes sobre a necessidade de ampliar a capacidade de produção e aquisição de vacinas para alcançar a imunização em massa da população. Além disso, o presidente também falou sobre a possibilidade de “tratamento precoce”:
— Isso fica a cargo do ministro da Saúde, que respeita o direito e o dever do médico de tratar off-label os infectados.