Alinhada ao novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, a deputada Marília Arraes (PT-PE) foi eleita para a segunda secretaria da Casa. Em votação secreta, ela derrotou o deputado João Daniel (PT-SE), que havia sido escolhido pelo partido para disputar o cargo, por 192 a 168.
Arraes — que é neta de Miguel Arraes e prima do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e do prefeito de Recife, João Campos (PSB) — se lançou como candidata avulsa, à revelia da própria legenda. Oficialmente, o PT apoiou Baleia Rossi (MDB-SP) para o comando da Casa. Pelas redes sociais, ela justificou a decisão pela necessidade de "garantir a presença de mulheres nos espaços de decisão".
À frente da segunda secretaria, Arraes é responsável por tratar das relações internacionais da Casa com outros Parlamentos. Cuida também dos passaportes dos outros parlamentares e dos programas de estágios oferecidos pela Câmara.
Com exceção da disputa entre os dois petistas, os demais cargos da Mesa Diretora foram escolhidos por acordo entre os partidos. Dos seis cargos titulares, três ficaram com mulheres. Na divisão entre os blocos e das posições oficiais dos partidos, quatro ficaram com o grupo de Lira e dois com o de Baleia Rossi.
A primeira vice-presidência ficou com Marcelo Ramos (PL-AM), que recebeu 396 votos, e a segunda vice-presidência, com André de Paula (PSD-PE), com 270 votos — ambos do bloco de Lira.
A primeira secretaria foi dada a Luciano Bivar (PSL-PE), com 298 votos. Embora oficialmente o partido tenha apoiado Lira, o cargo ficou com Bivar, que apoiou Baleia Rossi.
A terceira secretaria com Rose Modesto (PSDB-MS), com 398 votos, partido que quase abandonou Baleia Rossi, mas manteve o apoio. A quarta secretaria ficou com Rosângela Gomes (Republicanos-RJ), com 418 votos, do bloco de Lira.
Das quatro suplências da Mesa Diretora, uma ficou com Alexandre Leite (DEM-SP). O DEM rachou e ficou independente na disputa, embora o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ) tenha apoiado Baleia Rossi, e garantiu a posição pelo tamanho de sua bancada, com 29 deputados. As outras suplências ficaram com Gilberto Nascimento (PSC-SP), do bloco de Lira, e Cássio Andrade (PSB-PA) e Eduardo Bismarck (PDT-CE), do grupo que apoiou Baleia Rossi.