Uma carreata em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro reuniu centenas de pessoas na tarde deste sábado (23), em Porto Alegre. Com buzinaços, empunhando bandeiras e gritando palavras de ordem, o grupo percorreu as principais ruas do Centro, da Cidade Baixa, do Bom Fim e do Moinhos de Vento. O protesto foi acompanhado de panelaços nas janelas e causou congestionamentos pelos bairros centrais da Capital.
A exemplo de atos registrados no interior do Estado e em outras capitais, os ativistas pedem o impeachment de Bolsonaro. A falta de oxigênio nos hospitais de Manaus, a escassez de vacinas e o agravamento da pandemia foram citados como crimes de responsabilidade que teriam sido praticados pelo presidente.
O ato é organizado por partidos de oposição ao governo, como PSOL e PT, bem como por entidades de classe e organizações da sociedade civil.
- O impeachment se transformou em necessidade de sobrevivência. Se não tiver impeachment, não vai ter vacina para todo mundo. E só com pressão externa, com as pessoas nas ruas, o Congresso irá reagir - afirmou a deputada estadual Luciana Genro (PSOL).
A concentração de veículos lotou o Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa. Aos poucos, eles foram deixando o local, sob um coro uníssono de "fora Bolsonaro". As buzinas também tentavam reproduzir a sonoridade do coro. Em determinados momentos do trajeto, houve troca da provocações entre apoiadores e opositores do presidente, mas sem incidentes graves.
Porto Alegre foi uma das pelo menos 18 capitais em que ocorreram protestos pelo impeachment de Bolsonaro. O formato de carreatas foi escolhido para reduzir o risco de transmissão do coronavírus.
Além da saída do presidente, houve pedidos pela volta do auxílio emergencial. Para este domingo (24), organizações como o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua, que participaram da mobilização pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016, também convocaram protestos contra o governo federal.
Na sexta-feira (22), o Datafolha divulgou que a reprovação ao governo Bolsonaro cresceu de 32% para 40% da população, superando a sua aprovação, que caiu de 37% para 31%. Além disso, 50% declaram que Bolsonaro não tem capacidade de liderar o país e 41% disseram que nunca confiam nas declarações de Bolsonaro. O impeachment, todavia, ainda é rejeitado pela maioria. São 53% dos brasileiros que rejeitam o impeachment e 42% que o defendem.