O Superior Tribunal de Justiça informou hoje que as sessões, os prazos e os julgamentos serão retomados a partir desta terça-feira (10), após o restabelecimento do sistema de informática da corte, alvo de um ataque hacker na semana passada. Eventuais falhas serão corrigidas assim que identificadas pelos técnicos nos próximos dias.
Com a retomada do sistema, o plantão judicial, exercido nos últimos dias pelo presidente do STJ, Humberto Martins, se encerra nesta segunda (9).
O STJ disse que foi informado pela Polícia Federal de que há possibilidade de novas investidas dos criminosos contra os sistemas de órgãos públicos brasileiros. Por isso, ministros, servidores, terceirizados e estagiários estão realizando trocas de senhas com reforço na segurança das identidades de acesso, com procedimentos de dupla autenticação para uso dos sistemas.
O ataque a sistemas do tribunal superior aconteceu na quinta-feira (5) e chegou a paralisar totalmente os sistemas da corte. Uma outra ofensiva cibernética também atingiu o Ministério da Saúde, prejudicando o acesso aos sistemas do Datasus.
"O Ministério da Saúde informa que já reestabeleceu parte do sistema de informações da pasta e segue monitorando as demais páginas que ainda não estão totalmente normalizadas e podem, eventualmente, precisar de ajustes", informou a pasta.
A Polícia Federal segue investigando os responsáveis pelo ataque, mas ainda não encontrou nem deteve eventuais suspeitos.
O hacker que invadiu o sistema informatizado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na última terça-feira (3), continua mantendo sob seu controle documentos e processos sigilosos que correm na Corte. O tribunal também está contando com a colaboração do Centro de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro para auxiliar a Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação da corte na restauração dos sistemas de informática.
Há um temor, por parte dos peritos que investigam o ataque, de que esse material já possa ter sido "copiado pelo invasor" e que o STJ venha a ser alvo de algum vazamento em massa de informações, assim como ocorreu com integrantes da Operação Lava-Jato no ano passado. Na época, coordenadores da força-tarefa tiveram seus celulares invadidos, com mensagens roubadas e divulgadas pela imprensa.
Atualmente, 255 mil processos tramitam na corte e, mesmo tendo sido recuperados por meio de um sistema de backup, foram capturados pelo hacker por meio de criptografia. Ainda não se sabe se os milhares de processos foram, efetivamente, copiados pelo invasor, mas essa possibilidade é o que mais tem preocupado ministros do STJ.