O atual modelo de gestão dos servidores não permite que seja adotado um sistema de meritocracia, que beneficie os trabalhadores com base em seu desempenho. A avaliação foi feita pelo líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), nesta quinta-feira (3), no mesmo dia em que a gestão de Jair Bolsonaro apresentou sua proposta de reforma administrativa, que passará a tramitar no Congresso.
— O Estado não incentiva o servidor a prestar um bom serviço, de qualidade — disse em entrevista ao programa Gaúcha +, na Rádio Gaúcha.
Para o deputado, o novo sistema não alteraria os direitos dos servidores. No novo modelo, as funções que também são desempenhadas de forma similar na iniciativa privada não teria estabilidade, já as próprias do Estado, como fiscais e auditores, continuariam com a estabilidade garantida.
— O objetivo principal da reforma é permitir que o Estado possa apagar todos os atuais servidores — disse defendendo que a reforma traria economia para o país.
Barros ainda afirmou que, mesmo com todas as reformas propostas aprovadas, o Brasil levaria alguns anos para equilibrar todas contas. Outro dado apresentado por líder é o de que nos próximos cinco anos, 25% da força de trabalho irá se aposentar:
— O novo Estado terá menos servidores do que o atual Estado.
O deputado também disse que "apenas os sindicatos" seriam contra a reforma, já que os antigos servidores "não teriam seus direitos alterados. Sobre as categorias parlamentar, militar e judiciário não estarem incluídas na reforma, ele defendeu as particularidades das funções.
— Nós gostaríamos de fazer a todos, mas teríamos de modificar a Constituição para que isso possa acontecer — argumentou.
Já sobre a receptividade do Congresso à reforma, Barros acredita que não haverá resistência:
— Todos sabem da necessidade de modernizar o Estado.
O líder também defendeu que o envio ao Congresso foi uma forma de sinalizar ao mercado que o governo irá respeitar o teto de gastos e está de olho nos gastos, apesar de hoje operar com "orçamento de guerra".