Esclarecimento: o TRE-RS informa que ainda não há definição sobre uma possível ampliação do horário de votação, que atualmente é das 8h às 17h.
As eleições 2020 já começaram no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS). Nas últimas semanas, técnicos estão intensificando os testes e a manutenção corretiva nas cerca de 28 mil urnas eletrônicas espalhadas pelo Estado. O objetivo é verificar o funcionamento e corrigir eventuais defeitos em cada máquina.
De acordo com o coordenador de Sistemas de Eleição e Logística do TRE, Cássio Zasso, neste ano a verificação tem sido mais rigorosa em virtude da idade dos equipamentos, muitos deles já usados há 10 anos.
Pelo segundo ano eleitoral consecutivo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enfrentou problemas na licitação para compra de equipamentos, motivando um atraso na renovação do estoque. Dessa forma, alguns Estados chegaram a enfrentar dificuldades na execução do software em urnas mais antigas, provocando uma redistribuição.
O Rio Grande do Sul, por exemplo, cedeu em torno de 3,6 mil máquinas para Santa Catarina e São Paulo. Na eleição de novembro, os eleitores gaúchos terão à disposição 24 mil urnas instaladas nas seções eleitorais, além de 4 mil de reserva. Mesmo com a cedência do material, o número é considerado suficiente. Segundo Zasso, em média apenas 3% das urnas apresentam defeito no dia da eleição, exigindo substituição.
O desafio para o TRE, aponta o servidor, será vencer as dificuldades impostas pela pandemia. A preparação das urnas para o dia do pleito, com colocação das fotos e nomes de cada candidato, trabalho sempre feito em uma semana, agora levará mais tempo em razão do distanciamento entre os técnicos.
— Antes era em ritmo mais industrial. Agora vai demorar um pouco mais. Vai exigir mais tempo e cuidado. São as contingências da pandemia – resume Zasso.
Alterações
O TSE ainda não formalizou os protocolos sanitários que terão de ser obedecidos nos dias da eleição, adiados para 15 e 29 de novembro (primeiro e segundo turno, quando for o caso).
A principal mudança deve ser no período de abertura das seções, antes das 8h às 17h e que agora poderá ser ampliado. Estudos indicam que poderia ser uma hora a mais de funcionamento, mas ainda não há definição – o tema foi objeto de discussão na reunião do Colégio de Presidentes.
Também haverá marcação de lugares nas filas para evitar aproximação e farta distribuição de álcool gel.
O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, estima a utilização de 7,5 milhões de máscaras pelos mesários. Ele espera contar ainda com 1 milhão de litros de álcool gel e 1 milhão de escudos faciais. A biometria, sistema pelo qual o eleitor é identificado pela impressão digital foi abolida para a eleição deste ano, em razão do risco de contágio.
Outra dificuldade será a convocação dos mesários e presidentes de mesas. Além de um índice elevado de abstenção, o TRE prevê muita resistência por parte da população às convocações para trabalhar no pleito.
Os chamados começaram nesta semana, mas o medo de contaminação tende a afastar as pessoas que tradicionalmente aceitam conduzir as seções eleitorais.
— Cada eleição tem uma surpresa, mas nessa mudou muita coisa. A pandemia mexeu com os nossos protocolos e estamos mapeando onde poderemos enfrentar gargalos — diz Zasso, que há 26 anos atua no TRE.