O Senado chamará o ministro da Economia, Paulo Guedes, para dar explicações sobre declarações dadas por ele após os senadores terem votado por derrubar o veto presidencial ao reajuste de servidores públicos até 2021. O veto acabou sendo mantido na Câmara.
Na quarta-feira ( 19), Guedes criticou a decisão do Senado, dizendo que que a Casa deu "um péssimo sinal" e classificando a decisão como "um crime contra o país".
A cobrança por esclarecimentos foi negociada por senadores em uma reunião remota nesta quinta-feira (20), uma espécie de sessão informal realizada antes das deliberações. A articulação foi costurada enquanto a Câmara votava para manter o veto.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apresentou um requerimento de autoria própria para chamar Guedes a dar explicações. Senadores também discutiram a possibilidade de uma nota de repúdio ao ministro, o que foi descartado.
O requerimento deverá ser votado na próxima terça-feira (25).
— O Senado cometeu um crime, segundo ele. Qual é o crime? Foi uma linguagem retórica? Queremos fazer uma coisa civilizada. Em vez de trocar insulto, daremos a ele a oportunidade de se explicar — disse o senador Esperidião Amin (PP-SC), que apresentou um convite ao ministro.
Senadores fecharam um acordo para fazer um convite a Guedes, ao qual ele não é obrigado a aceitar. Se houver a recusa, poderá ser feita uma convocação, o que aumentaria a tensão entre o Senado e o ministro.
De acordo com Amin, até senadores que votaram a favor do veto ao reajuste manifestaram indignação pela fala.
— O Senado votou tudo que o governo quis até agora. A explicação do ministro pode melhorar ou não. Tenho a expectativa que melhore — afirmou Amin.