Considerado o operador de caixa do esquema de "rachadinha", que recolhia parte dos salários dos assessores de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual do Rio de Janeiro, o ex-policial Fabrício Queiroz foi preso na manhã desta quinta-feira (18), em Atibaia, interior de São Paulo. A organização, além de recolher dinheiro dos servidores, também é investigada pela contratação de assessores fantasma.
As investigações envolvem um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Abaixo, entenda o esquema
- Flávio Bolsonaro: seria o chefe da organização criminosa que recolhia parte do salário dos assessores. Também recai sobre ele acusações de improbidade administrativa por conta da contratação de assessores fantasmas.
- Fabrício Queiroz: seria o caixa do esquema. Realizava depósitos e saques em dinheiro vivo em datas próximas ao pagamento dos servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
- Márcia de Oliveira Aguiar: a esposa de Queiroz estava como membro do gabinete de Flávio na Alerj. Em 2019, no entanto, foi descoberto que ela nunca teve um crachá da Alerj. Conforme o colunista Lauro Jardim, Queiroz sempre deixou claro que assumiria quaisquer acusações desde que Márcia e sua filha Nathália (ex-funcionária do gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara) não fossem envolvidas nos processos da rachadinha.
- Nathália Queiroz: filha de Queiroz, a personal trainer foi assessora de Flávio Bolsonaro de 2007 até 2017. Depois, foi para o gabinete de Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados, onde permaneceu até outubro de 2018. Ela também é citada no esquema de rachadinha. Documentos mostram que ela repassou ao pai cerca de 80% do seu salário.
- Evelyn Queiroz: outra filha do ex-assessor também foi assessora de Flávio e é investigada por participar do esquema.
- Anna Cristina Valle: o Ministério Público informou que pessoas ligadas à ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro sacaram, entre 2007 e 2018 quase que a integralidade dos seus salários da Assembleia Legislativa para repassar os valores a outras pessoas que participavam do esquema. A maior parte desse grupo morava em Resende (RJ) no período em que estiveram lotados no gabinete de Flávio.