O secretário-geral do partido Solidariedade no Estado, Carlos Alberto Serba Varreira, foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (27) em Porto Alegre, na Operação Camilo. Ele é investigado por ter sido gestor da Associação Brasileira de Assistência Social, Saúde e Inclusão (Abrassi), principal alvo da investigação. Varreira tem ligação partidária com o vereador de Porto Alegre Clàudio Janta, que é presidente do Solidariedade e cuja casa foi alvo de mandado de busca e apreensão na mesma operação.
Conforme autoridades, Varreira foi gestor da Abrassi em 2018, período em relação ao qual uma série de irregularidades é investigada. No mesmo ano, Varreira concorreu como suplente de senador pelo Solidariedade.
Janta é investigado porque uma empresa que seria ligada a ele teria recebido valores irregulares da Abrassi. A investigação envolve uma lista de cerca de 150 empresas, de ramos variados, que seriam usadas como fachada de serviços para receber dinheiro de contratos superfaturados e redistribuir como propina.
O trabalho é conjunto, envolvendo, além da PF, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual, e investiga contratações na área da saúde. Foram cumpridas 129 medidas judiciais na investigação - entre prisões e ordens de busca e apreensão -, que apura crimes de fraude a licitação, peculato, corrupção passiva, organização criminosa, ocultação de bens, crime de responsabilidade e desobediência.
Contrapontos
Depois de encerradas as buscas em sua casa, Janta foi até a sede da Superintendência da PF para prestar depoimento. Conforme o advogado do parlamentar, André Barbosa, ele foi surpreendido pela ação e decidiu prestar depoimento espontaneamente. O advogado disse que eles aguardam o acesso à investigação para saberem detalhes das suspeitas.
Segundo o advogado, Janta não é sócio de empresas nem recebeu valores. Na casa do parlamentar, foram apreendidos um notebook usado pela mulher dele e o celular do vereador.
Questionada sobre a defesa de Varreira, a assessoria do Solidariedade disse "não ser uma questão pertinente ao partido". A advogada de Varreira, Patricia Serginho Grillo, disse que não poderia se manifestar ainda porque não teve acesso à investigação.