O foco da operação da Polícia Federal que levou à prisão do prefeito de Rio Pardo, Rafael Barros (PSDB), na manhã desta quarta-feira (27), é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Essa entidade, que tem vários braços, intermedeia serviços de saúde e educação para prefeituras em várias partes do Brasil, com predominância da Região Sul.
A Oscip de Rio Pardo, a Abrassi, é ligada ao Isev (Instituto de Saúde e Educação Vida), alvo de pelo menos 20 investigações entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, conforme apuração preliminar do Grupo de Investigação da RBS (GDI). São municípios onde teria ocorrido descumprimento de contratos. Entre os problemas, estão a não prestação de serviços hospitalares para os quais foram contratados e falta de pagamentos de funcionários e de fornecedores.
Em alguns casos, essa oscip (que tem vários nomes, num conjunto de CPFs com os mesos endereços funcionais), responde a ações que exigem devolução de milhões de reais que teriam sido repassados para contas de outra entidade. Em outros, como no caso de Florianópolis, foram contratados para administrar creches públicas, mas apresentaram como credenciais para o serviço documentos de uma entidade-fantasma, segundo investigações do Ministério Público.
Em várias prefeituras gaúchas e catarinenses a Oscip teve as contas reprovadas, não prestou os serviços prometidos e saiu da cidade deixando para trás um rastro de servidores não pagos. O que a PF mirou nesta operação é a ponta de um iceberg.