No dia em que a Polícia Federal executou 29 mandados de busca e apreensão para investigar disseminação de fake news, o senador Angelo Coronel, presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional afirmou que os trabalhos do grupo deverão ser retomados em julho, caso o quadro do coronavírus no país esteja sob controle.
Em entrevista ao Estúdio Gaúcha, Coronel afirmou que os alvos da operação desta quarta-feira (27) hoje são os mesmos que estão na mira da CPMI.
—Já temos 60 requerimentos para aprovar quebra de sigilo, e hoje o STF autorizou a quebra de sigilo de 29 pessoas. Ou seja, com o avanço da CPMI teremos ainda mais material para indiciar as pessoas responsáveis pela disseminação das notícias falsas — afirmou.
Coronel afirmou que há uma cooperação entre os deputados e o STF para troca de informações que possam elucidar o modo de operação e os responsáveis por disseminar e financiar a propagação de notícias falsas. Caso as investigações cheguem ao presidente Jair Bolsonaro, disse em entrevista, este poderá ser indiciado por crime comum.
— Se as investigações mostrarem que é presidente que manda no esquema, pode ser crime comum, mas ai depende da Câmara Federal admitir essas ações — afirmou.
Ele avalia que os recentes ataques de ministros do governo contra membros do STF podem ter acelerado a autorização para realização da operação pela Polícia Federal, que atingiu deputados estaduais e federais, além de empresários e comunicadores.
— Tem gente que quer levar a uma pseudo ditadura. Se acham que vão mandar no Supremo e no Congresso, como acontece na Venezuela, estão errado, estão cometendo auto-falsidade. Isso não vai existir, o STF tem ministros independentes, e Congresso também é reformista e independente.