O presidente Jair Bolsonaro voltou a participar, neste domingo (17), em plena pandemia do coronavírus, de uma manifestação em Brasília. Ele chamou o ato de democrático e afirmou que o governo federal "tem dado todo o apoio" para atender doentes da covid-19 e que espera que a pandemia passe logo.
— Manifestação pura da democracia. Estou muito honrado com isso. O governo federal tem dado todo o apoio para atender as pessoas que contraíram o vírus e esperamos brevemente ficar livres dessa questão, para o bem de todos nós. O Brasil, tenho certeza, certeza, voltará mais forte — declarou.
Em meio a uma crise política, o mandatário foi à rampa do Palácio do Planalto, juntamente a vários ministros e ao menos dois de seus filhos — Eduardo e Carlos —, para saudar os manifestantes. Antes de descer para cumprimentar o público, ele declarou que, desta vez, não havia "nenhuma faixa, nenhuma bandeira que atente contra a Constituição, contra o Estado Democrático de Direito". Protestos anteriores, investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), tinham pleitos antidemocráticos, como golpe militar.
— O que nós queremos é resgatar os valores que formam a nossa nacionalidade, respeitar a família — afirmou.
Antes da chegada de Bolsonaro ao ato, seguranças do Planalto pediram a manifestantes a retirada de faixas contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), colocadas nas grades de proteção no entorno do local. A ação foi coordenada pelo general Luiz Fernando Baganha, secretário de Segurança e Coordenação Presidencial do Planalto. Baganha, pessoalmente, pediu a um grupo de apoiadores para afastar uma manifestante mais exaltada. A reportagem presenciou Baganha orientando os seguranças sobre a maneira da abordagem.
— Cheguem com calma. Peçam a retirada. Expliquem que essa é uma conversa prejudicial ao presidente. Ele está muito preocupado com esse tipo de mensagem — afirmou Baganha a seus auxiliares.
Os seguranças abordaram um grupo autointitulado "Paraquedistas de Bolsonaro", que estava no local fazendo formação militar. Eles pediram que qualquer tipo de material potencialmente lesivo fosse retirado. Os militantes, uniformizados com camisas pretas e boina vermelhas, carregavam estiletes, canivetes e sprays de pimenta.