A decisão do presidente Jair Bolsonaro de interromper o andamento do Pró-Brasil, programa que prevê investimentos de R$ 215 bilhões em obras públicas para a reconstrução da economia pós-pandemia, é vista como uma tentativa do governo de agradar o ministro da Economia Paulo Guedes. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Coordenado pelo chefe da Casa Civil, general Walter Braga Netto, o Pró-Brasil acentuou o arquivamento do liberalismo de Guedes, que pavimentou a candidatura de Jair Bolsonaro na elite econômica do país. Após a saída de Moro da Justiça, cresceu rumores sobre o descontentamento do ministro da Economia, que poderia ser o próximo nome de peso a deixar o governo.
Segundo a Folha, Guedes prefere, por exemplo, dar mais atenção a projetos do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes Freitas. Ele elencou uma lista que poderá ter algo entre 70 e 130 obras orçadas em torno de R$ 30 bilhões ao longo de três anos.
Ainda conforme a publicação, entusiastas de mais gastos para estimular a retomada da economia, integrantes da ala militar dizem que Bolsonaro, no entanto, defende o programa e a revisão do teto de gastos.