O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, voltou a despachar nesta quarta-feira (25) do Palácio do Planalto. O general da reserva, que participou da comitiva presidencial aos Estados Unidos (EUA) e tem 72 anos, realizou o exame clínico para a doença no dia 17 e obteve o resultado positivo no dia 18.
"Informo que o resultado do meu segundo exame, realizado no HFA (Hospital das Forças Armadas), acusou positivo. Aguardo a contraprova da Fiocruz. Estou sem febre e não apresento qualquer dos sintomas relacionados à covid-19. Estou isolado, em casa, e não atenderei telefonemas", escreveu Heleno em seu Twitter, em 18 de março.
Ao todo, ele se manteve em isolamento domiciliar por sete dias. A recomendação do Ministério da Saúde é de um afastamento por 14 dias. Procurado pela reportagem, o GSI informou que o ministro recebeu autorização médica para retomar sua rotina de trabalho.
Além de Heleno, o chefe da ajudância de ordens da Presidência da República, major Mauro Cid, também voltou a despachar normalmente. O militar estava presente na comitiva presidencial aos Estados Unidos. Ao todo, 23 pessoas que integraram a missão oficial tiveram resultado positivo para o coronavírus.
Na entrada do Palácio da Alvorada, nesta quarta-feira (25), o presidente disse que o ajudante de ordens permaneceu em repouso domiciliar. Ao argumentar que pessoas mais jovens podem contrair o coronavírus e não ter sintomas, Bolsonaro voltou-se a seu ajudante de ordens:
— Sentiu alguma coisa?
— Não senhor, presidente, nada. Fiquei em casa os 14 dias e não senti nada — respondeu Cid.
Foi o próprio Bolsonaro que divulgou que Cid também havia testado positivo. O anúncio, no entanto, ocorreu em 20 de março.
Nesta quarta-feira (24), em pronunciamento em cadeia nacional, o presidente criticou o fechamento de escolas e comércio para combater a epidemia. Ele também atacou governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo e culpou os veículos de imprensa pelo que considera clima de histeria instalado no país.
Ele afirmou que desde o início da crise o governo se preocupou em conter o "pânico e a histeria" e voltou a minimizar a gravidade do Covid-19, ao compará-lo a um "gripezinha" ou "resfriadinho". A reação ao discurso foi de perplexidade entre deputados e senadores. O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que "o país precisa de uma liderança séria", responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população".