O Hospital das Forças Armadas (HFA), onde o presidente Jair Bolsonaro realizou testes para detectar a possível presença do coronavírus, omitiu nomes de duas pessoas que testaram positivo na lista de infectados apresentada ao governo do Distrito Federal. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Conforme a publicação, o HFA comunicou às autoridades sanitárias locais 17 casos de pessoas infectadas com o vírus causador da covid-19. Segundo o governo do DF, 15 desses pacientes foram identificados, e Bolsonaro não está entre eles. As identidades dos outros dois são mantidas em sigilo.
Questionado pela Folha, o governo do Distrito Federal confirmou que há "alguns" integrantes do governo entre os 15 identificados, mas informou que, seguindo o protocolo da Secretaria de Saúde, a lista não será divulgada.
Bolsonaro fez o primeiro teste no dia 12, após o secretário de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, ter sido diagnosticado com o vírus. O segundo exame foi feito no dia 17 de março.
Depois de fazer o teste, contudo, o presidente teve contato com ao menos uma pessoa que foi diagnosticada com o vírus: o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. Além de Heleno, até esta quarta-feira (24), ao menos outras 22 pessoas ligadas à comitiva presidencial que viajou aos Estados Unidos (EUA) no início de março haviam recebido diagnóstico da doença.
Quando o presidente dos EUA, Donald Trump, realizou seu exame, ele divulgou documento assinado por seu médico atestando que a análise não havia detectado a covid-19. O chefe do Executivo nacional brasileiro, por sua vez, não divulgou o resultado dos exames que realizou — apenas afirmou que deram negativo para o novo coronavírus. A reportagem da Folha de S. Paulo solicitou à Secretaria Especial de Comunicação (Secom) cópia do exame em duas oportunidades, mas não obteve resposta.