O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficará em um hotel em Curitiba na noite desta sexta-feira (8), com a namorada, Rosângela da Silva, e irá para São Bernardo do Campo (SP), no sábado (9). Um evento de apoiadores em comemoração a soltura do petista está preparado para o final da manhã, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
O local é onde Lula deu o seu último discurso antes de ser preso, em 7 de abril de 2018. Na ocasião, após ter um habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele foi à sede do sindicato, que foi cercada por seus partidários. Os apoiadores tentaram, durante breve período, resistir à prisão do ex-presidente, mesmo com Lula afirmando que iria se entregar.
O seu primeiro discurso após sair da prisão, nesta sexta-feira (8), teve ataques ao Ministério Público, à Polícia Federal, ao ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (que o condenou no caso do triplex do Guarujá em primeira instância) e também ao governo de Jair Bolsonaro.
O petista falou em "safadeza" e "canalhice" do que chamou de "lado podre" desses órgãos de Estado. Setores que, segundo ele, trabalharam para criminalizar a esquerda, o PT e o próprio Lula. Ele anunciou ainda a realização de caravanas pelo país.
— Vocês eram o alimento da democracia que eu precisava para resistir à safadeza e à canalhice que um lado podre do estado brasileiro fez comigo e com a sociedade brasileira —disse o ex-presidente à militância.
Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. As condenações foram confirmadas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reduziu a pena de Lula para oito anos e 10 meses. Enquanto isso, tramita no STF um pedido da defesa para anular a condenação, alegando suspeição de Moro.