Em mais um capítulo da guerra aberta no PSL, a ala ligada ao deputado Luciano Bivar (PSL-PE) aumentou nesta sexta-feira (18) sua representação no diretório nacional da legenda, anunciou a suspensão de deputados bolsonaristas e confirmou trocas nos diretórios comandados pelos filhos do presidente Jair Bolsonaro.
Em uma convenção realizada na manhã desta sexta em Brasília, foram eleitas 52 novas pessoas para o diretório nacional, que passou a ter 153 membros.
De acordo com parlamentares que acompanharam o encontro, a maioria dos novos integrantes — que têm direito a voto na eleição em novembro para a presidência do PSL — é alinhada a Bivar.
O grupo bivarista anunciou ainda que cinco deputados que assinaram a lista para tentar destituir o deputado Delegado Waldir (GO) da liderança do PSL na Câmara serão suspensos das atividades partidárias. São eles: Carlos Jordy (RJ), Alê Silva (MG), Bibo Nunes (RS), Carla Zambelli e Filipe Barros (PR).
Por último, disseram que haverá trocas no comando do PSL nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, presididos respectivamente pelo senador Flávio Bolsonaro e pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente da República.
— Nós tivemos agora a convenção do partido, a adequação do estatuto e complemento de quadros (no diretório) que eram mais do que necessários — afirmou o senador Major Olimpio, líder do PSL no Senado.
De acordo com o senador, na próxima terça-feira (22) parlamentares do PSL nos dois Estados apresentarão a Bivar listas com as novas composições nas executivas estaduais, para que o presidente nacional do partido efetue as trocas.
Antes do início da reunião do diretório, Olimpio já havia afirmado que as modificações seriam realizadas:
— Há uma exigência dos parlamentares nos estados da total impossibilidade de se prosseguir. Um dos grandes problemas que gerou conflito do presidente com o partido foi o Eduardo Bolsonaro. Onde há insatisfação dos parlamentares do Rio, dizendo nós não queremos mais? Flávio Bolsonaro.
Interlocutores disseram à Folha que, em São Paulo, o diretório do PSL será dividido entre os deputados Coronel Tadeu, Joice Hasselmann, Junior Bozzella e Abou Anni.
Já a composição no Rio deve ser feita entre os deputados Felício Laterça, Professor Joziel, Lourival Gomes e Gurgel.
O atual líder da bancada, delegado Waldir, disse ao final da reunião que o partido questionará na Justiça se deputados bolsonaristas decidirem sair do partido.
— O partido que possibilitou eles se elegerem. Se agora querem cuspir no prato do partido, que pulem do 17º andar — declarou.
A deputada Carla Zambelli, uma das únicas representantes do grupo bolsonarista que compareceu à reunião, disse que não sabe se o presidente tem intenção de permanecer no PSL.
Ela criticou ainda o anúncio de que haverá troca nos diretórios em São Paulo e no Rio.
— Eu sou da base de São Paulo e não pedi a destituição do Eduardo — disse.