A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), recém destituída do cargo de líder do governo no Congresso, disse que a traição é “modus operandi” da gestão de Jair Bolsonaro. Em entrevista ao O Globo, publicada nesta sexta-feira (18), a parlamentar afirmou que “cedo ou tarde seria traída”, pois todos os correligionários mais ativos e engajados do presidente “em algum momento passaram por isso”.
Ao defender essa tese, Joice cita a queda dos ex-ministros Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência) e general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), amigo de longa data de Bolsonaro.
Ao criticar a articulação do presidente e de parte do PSL para tirar o deputado Delegado Waldir da liderança da sigla na Câmara, Joice afirma que Eduardo Bolsonaro e um grupo de parlamentares querem “implodir o partido”.
— Não achei correto o uso da estrutura do Palácio e da força do próprio presidente para interferir num outro poder, interferir no Poder Legislativo, interferir na escolha direta de um líder, sendo este líder seu filho — disse a deputada em trecho da entrevista aoO Globo.
Joice disse que imaginou que seria punida após apoiar Delegado Waldir e que entregaria o posto na semana que vem. A parlamentar destaca que foi comunicada sobre a perda da liderança via imprensa.
A saída de Joice da liderança do governo no Congresso ocorre em meio a uma batalha intensa entre duas alas do PSL, a dos defensores de Bolsonaro e a dos correligionários de Luciano Bivar, presidente da sigla.