O presidente Jair Bolsonaro afirmou que acionou o ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, no caso das novas revelações sobre o inquérito que apura a execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Segundo reportagem do Jornal Nacional, no dia em que vereadora foi assassinada, o acusado de cometer crime, o ex-policial militar Élcio Queiroz, esteve no condomínio em que fica a casa do presidente. O suspeito teria dito que ia na moradia 58, onde morava Bolsonaro, na época deputado federal.
Os registros de presença da Câmara dos Deputados, no entanto, mostram que Bolsonaro estava em Brasília nesse dia. Segundo o depoimento do porteiro à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o suspeito pediu para ir na casa de Bolsonaro e um homem atendeu o interfone e autorizou a entrada. O acusado, no entanto, teria ido em outra casa dentro do condomínio.
— Estou conversando com o ministro da Justiça para ver o que pode ser feito, para tomar via PF o depoimento desse porteiro — disse Bolsonaro. — De modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como mentor (do assassinato de Marielle) seja enterrado de vez — completou.
Para o presidente, o porteiro se equivocou ou acabou assinando o que o delegado escreveu. Ele afirmou ainda que deve ser uma pessoa "humilde" que está sendo "usada" pelo delegado a mando do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) — que divulgou uma nota lamentando as declarações do presidente.
Bolsonaro tem duas casas dentro do condomínio — uma onde mora sua família e outra onde reside um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC). Os investigadores estão recuperando os arquivos de áudio da guarita do condomínio para saber com quem o porteiro conversou naquele dia e quem estava na casa 58, segundo o Jornal Nacional.