Notícias falsas proliferam em ambientes polarizados e nos quais não há jornais para contrapor afirmações — regiões chamadas por especialistas de "desertos de notícias". Mas uma iniciativa no Brasil busca pautar o debate com base na ciência: o Projeto Comprova, uma aliança de 24 jornais brasileiros — incluindo GaúchaZH — que investiga informações enganosas e inventadas sobre políticas públicas do governo federal.
No Comprova, um time de jornalistas de vários veículos checa um conteúdo altamente compartilhado em redes sociais. Em seguida, outros veículos rechecam a investigação para haver certeza de que a apuração foi adequada. Por fim, todos os 24 veículos podem publicar a investigação.
Confira, a seguir, quatro checagens realizadas desde o domingo (15):
Tuíte que viralizou nas redes sociais sugere ao presidente Jair Bolsonaro engavetar projeto de lei eleitoral e, no último dia do prazo, vetá-lo totalmente. Isso pode, de fato, ocorrer. Mas o tuíte erra em outras informações.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, não escreveu no Twitter que o Congresso Nacional está enviando o recado "deixe a gente roubar, ou você não governa" ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). O ministro não tem conta oficial em nenhuma rede social.
Texto falso acompanhava um vídeo publicado no Facebook sugerindo que um avião israelense estava apagando incêndio na Amazônia brasileira. O vídeo, na realidade, foi gravado na Bolívia.
Publicação no Facebook afirma de forma enganosa que o governo Bolsonaro liberou R$ 1,6 bilhão para a educação e R$ 1 bilhão para a Amazônia. A postagem omite que o dinheiro não é do governo e que a liberação da verba para essas áreas não depende exclusivamente do presidente da República.