A trajetória política de Yoon Suk-yeol (presidente que decretou lei marcial na Coreia do Sul e depois recuou), as disputas eleitorais apertadas, a polarização e o passado autoritário do país são itens que lembram a política brasileira. Compare:
Yoon Suk-yeol foi eleito em 2022 na eleição mais apertada da história sul-coreana, com apenas 0,73 ponto percentual à frente do segundo colocado. O presidente Lula venceu Jair Bolsonaro na eleição do mesmo ano por diferença de 1,8 ponto percentual.
Ex-promotor de Justiça, o atual presidente se tornou famoso no país, entrando formalmente para a política partidária apenas um ano antes de ser eleito presidente. Ascendeu a partir do impeachment e da prisão da ex-presidente Park Geun-hye. Sua trajetória é comparada à do ex-juiz da Lava-Jato e atual senador Sergio Moro.
A polarização política também lembra o Brasil recente, dividido entre direita e esquerda - e seus extremos. Os adversários se acusam de "comunistas" e "fascistas". O atual presidente, de direita populista, acusa a oposição, com maioria no parlamento, de estar "vendendo o país" para a Coreia do Norte (ditadura comunista).
A história política da nação também é semelhante: a Coreia do Sul tem histórico de golpes. Desde sua criação como Estado, em 1948, o país foi governado por várias ditaduras militares até 1987, quando começou a transição para a democracia liberal que só passou a vigorar de forma plena em 2002.