O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou nesta segunda-feira (1º) que as críticas à corte diminuíram nas manifestações deste domingo (30) e que os integrantes do tribunal têm "couro suficiente" para aguentar pressões. O ministro foi questionado sobre a possibilidade de a pressão popular contra a soltura do ex-presidente Lula influenciar os votos dos ministros.
— Quem vem para o STF, quem se torna ministro do STF, está absolutamente... Todos aqui têm couro suficiente para aguentar qualquer tipo de crítica e de pressão — respondeu Toffoli.
— Já houve dois julgamentos de habeas corpus do ex-presidente Lula, um que ocorreu em abril de 2018 e o outro agora em junho, na Segunda Turma. Os casos que vierem vão ser julgados, a maioria decide. Se vai ser solto ou não vai ser solto não é uma questão que está colocada na pauta do STF. É uma questão que vai ser decidida no caso concreto — afirmou.
A respeito das críticas vistas nos atos deste domingo (30) contra o Supremo, Toffoli disse que elas foram pontuais e nem todos os organizadores compactuavam com elas. Neste domingo, o país registrou atos em favor do ministro da Justiça, o ex-juiz Sergio Moro, e do governo do presidente Jair Bolsonaro.
— Se compararmos manifestações do passado, seja em anos anteriores, seja neste próprio ano, com as que ocorreram, você vê que o tom mudou bastante. De uma agressividade (anterior), nós temos hoje uma crítica dentro daquilo que é uma crítica razoável, do ponto de vista de não ser tão ofensiva. Se amenizaram muito os ataques que havia ao Supremo, seja na rede social, seja nos movimentos de rua — disse Toffoli. — É o próprio trabalho do Supremo que está respondendo. Faz parte da democracia — completou.
O presidente do STF não quis comentar sobre as mensagens trocadas entre o então juiz Moro e procuradores da força-tarefa da Lava-Jato que têm sido divulgadas pelo site The Intercept Brasil desde o dia 9 de junho.
Toffoli disse também que o julgamento no plenário sobre a constitucionalidade da prisão em 2ª instância não está na pauta do segundo semestre. Porém, não descartou que a discussão venha a ser realizada.
— A princípio, não, mas tem janelas colocadas (na pauta) — respondeu a jornalistas.
O presidente do Supremo participou de um café da manhã para apresentar o balanço das ações do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no primeiro semestre deste ano. A corte entra em recesso a partir desta terça (2).