O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, está na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (2) para conversar com parlamentares sobre o vazamento de mensagens atribuídas a ele — quando juiz federal — e procuradores da Operação Lava-Jato. Ele está sendo ouvido por três comissões da Casa, incluindo a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
No último dia 19, o ministro participou de uma audiência no Senado por quase nove horas. Dentre as declarações dadas, Moro afirmou aos senadores não possuir apego ao seu cargo:
— Eu não tenho nenhum apego pelo cargo em si. Apresente tudo. Vamos submeter isso, então, ao escrutínio público. E, se houver ali irregularidade da minha parte, eu saio. Mas não houve. Por quê? Porque eu sempre agi com base na lei e de maneira imparcial.
Além disso, aos senadores, Moro afirmou ter sido usuário do Telegram por um "determinado período em 2017", mas relatou ter excluído o aplicativo de mensagens depois que a imprensa norte-americana noticiou possíveis invasões hackers no decorrer da campanha presidencial nos Estados Unidos, vencida por Donald Trump no ano anterior.
Por esse motivo, segundo ele, não há como confirmar a autenticidade dos diálogos vazados.
As conversas, divulgadas através de reportagens do The Intercept Brasil, da BandNews e da Folha de S. Paulo, mostram que Moro sugeriu, na troca de mensagens com o Ministério Público Federal (MPF), mudar a ordem de fases da Lava-Jato, cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão judicial. O site mantém a política de não comentar a fonte do vazamento.